Criar um novo produto de tecnologia é como embarcar em uma aventura que mistura paixão, técnica e propósito. Da ideia inicial ao lançamento, cada passo exige criatividade, resiliência e uma conexão genuína com o problema que se quer resolver. É um caminho intenso — e incrivelmente recompensador.
Nos últimos anos, tive a oportunidade de liderar o desenvolvimento de uma plataforma de cloud computing voltada à entrega de aplicações client-server e web. Mais do que um projeto técnico, essa experiência se transformou em uma jornada profunda de aprendizado sobre como transformar complexidade em simplicidade e obstáculos em inovação.
A decisão de colocar o usuário no centro de tudo guiou nosso processo desde o início. O objetivo era ambicioso: criar uma solução que permitisse autonomia total na gestão de infraestrutura na nuvem, com automação de processos antes manuais e onerosos. Criar um ambiente de desenvolvimento, configurar servidores ou gerenciar escalabilidade — tudo precisava se tornar simples, rápido e intuitivo. E isso exigiu ir além da tecnologia disponível no mercado.
Um dos principais aprendizados foi sobre a importância de evitar dependências externas. Desenvolver nossas próprias soluções, como a inteligência de escalabilidade (autoscaling), permitiu um controle muito maior sobre performance, segurança e eficiência. Claro, isso também significou mergulhar em desafios técnicos complexos, testar hipóteses e lidar com o desconhecido — mas foi exatamente aí que a inovação aconteceu.
Outro ponto essencial foi a segurança. Em um cenário cada vez mais digital, segurança não é mais um diferencial: é um pré-requisito. Implementamos recursos como autenticação multifator, gestão de acessos privilegiados e rastreabilidade completa. Tudo isso antes mesmo de pensar em lançar a plataforma ao mercado.
A interface também se tornou uma obsessão: como esconder toda a complexidade tecnológica e entregar ao usuário uma experiência fluida e acessível, mesmo para quem não tem conhecimento técnico avançado? A resposta veio por meio de muitas iterações, escuta ativa e testes constantes com usuários. A tecnologia precisa ser poderosa nos bastidores, mas invisível na superfície — e isso exige um nível de cuidado e refinamento que poucos imaginam.
Durante o desenvolvimento, ouvi algumas vezes que empresas brasileiras não conseguem inovar com a mesma força que grandes players internacionais. Mas minha experiência mostra exatamente o contrário. Existem times altamente qualificados, lideranças comprometidas e soluções nascendo por aqui que estão prontos para disputar espaço global. E isso não começou agora.
Criar uma nova plataforma de tecnologia no Brasil me mostrou que inovar é, acima de tudo, um ato de coragem. Exige entender profundamente as dores do mercado, desafiar o status quo e acreditar que é possível fazer diferente — e melhor. É preciso escutar, testar, errar e recomeçar. E é preciso, principalmente, valorizar o que se constrói por aqui.
Mais do que um produto lançado, fica o legado de uma equipe que ousou, que questionou e que provou, na prática, que a inovação brasileira é real, é robusta e está apenas começando.
Sobre a Wevy
Localizada em Campinas/SP, a Wevy é a primeira empresa multinacional brasileira de Cloud Computing a estar presente na América Latina, possui infraestrutura própria e escalável, além de uma plataforma para que desenvolvedores de software subam suas aplicações e agreguem serviços de iPass, Dados e AI. Com uma abordagem inovadora, ela integra e entrega soluções tecnológicas de ponta para milhares de empresas no Brasil e na América Latina por meio de um portfólio amplo de serviços.
Por: Talita Fernandes Gabriele
